
O céu tinha algumas nuvens que ameaçavam ceder as suas gotas de água, mas ela era como não se apercebesse. Descia a calçada com os seus livros na mão e a mente cheia de pensamentos. Demasiado ocupada para olhar em redor seguia o seu caminho como se não existisse nada à sua volta, não reparou quem passava ao seu lado e pouco reparou nos comentários maldosos que se faziam dizer.
Ficou sozinha no seu caminho durante algum tempo até que uma voz a vez parar, "não pode, é impossível", não se moveu, só podia ser um produto da imaginação dela. Continuou parada no meio da calçada há espera de algo, esse algo chegou na forma de uma mão que muito suavemente lhe tocou no ombro, acompanhada desse toque surgiu de novo uma voz, a voz, que muito suavemente perguntou, "És louca?". Ela reagiu, olhou para cima e encontrou os seus olhos, a sua face, a sua boca, o seu nariz, encontrou-o. Ele continuou, "Vais acabar por ficar doente", para ela tudo aquilo que ele dizia fazia sentido. Ela permanecia num estado catatónico, apenas conseguia olhar para ele e pensar "Como vieste aqui parar?", os pensamentos dela não alcançaram a mente dele e ele, começou a ficar preocupado com aquele estado de silêncio, não sabia o porquê de ela estar assim, mas não a podia deixar ali, agarrou-a para si com o braço que tinha livre, apoiou o queixo dele sobre a sua cabeça e apenas lhe conseguia perguntar o que lhe tinha acontecido, que lhe tinha feito mal. A pobre alma não se pronunciou, retirou a cabeça do seu aconchego mais uma vez olhou-o nos olhos, estavam tão brilhantes que quase que conseguia ver o seu reflexo neles. Ficaram naquela mesmo posição durante vários minutos, até que ele se aproximou dos lábios dela e muito devagar beija-os, depois murmura ao seu ouvido, "Por favor acorda".
Como se fosse uma ordem ela abre os olhos, que os havia fechado para sentir os lábios dele nos seus, e olha em volta, ela estava sozinha, chovia torrencialmente e ela estava toda molhada, ele desaparecera.
Afinal, nada tinha passado de um sonho. Nada mudara. Olhou para o seu caminho, era ainda tão longo, perguntou-se se valia a pena continuar. Por reflexo olha para trás e apenas vê um vulto com um guarda-chuva a ir na sua direcção, "Quem será?", a dúvida que ela põe, uma das dúvidas que não tem resposta.
10 comentários:
Que bonito +.+
um dos teus melhores textos D:
bem um texto muito produtivo... mas bem isto faz-me lembrar um pouco a obra de Eça de Queirós na parte em que referes que nada mudára, e que nao sabe se vai continuar em frente. Pois bem, eu acho que por mais que a vida seja injusta, malvada, cruel, e tanta coisa que lhe queiramos chamar, devemos sempre seguir em frente e confrontar-mos a nossa p´ropria vida. E sonhos quem não os tem ou teve? Até eu que raramente sonho ou me lembro de ter sonhado ja sonhei com coisas boas e com coisas menos boas, mas enfim és esta a vida do ser humano, é esta a vida que levamos, é esta a vida cruel ou fantástica que nos consome e habita em nós.
Agora vou dormir porque ja estou desde as 23 horas e tais minutos a pedir à autora do texto para publicar este belissimo texto.
beijinho
acontece o tanas adriana...xD
que lindo *-*
uau demais gostei bastante,
escreve um livro ou assim,
tens aki uma fã
bjinhu^^
Tão boniiiito :o
Muito bonito o texto, um dos melhores :b
E quando é que mostras ao mundo esse trabalho de português pah? x)
Adorei este post, está lindo mesmo...
Até me emocionou *.*
Beijinho :)
Lindo..Assim como seu cantinho, por isso vim fazer parte dele... BjinhooOOoO!!
os sonhos são frutos das ânsias do nosso subsconciente.
Quantas vezes sonhamos coisas tão belas tão perfeitas tão reais que até desejavamos não acordar, pois a realidade das coisas é outra porque não depende só de nós mas sim da vontade de terceiros.
Gostei muito do texto.Voltei atrás para tentar compreender aquilo que nos queres transmitir e ao mesmo tempo conhecerr um pouco de ti.
Sim a escrita é como as impressões digitais, por muito que queiramos esconder a verdade está lá nem que seja nas entrelinhas.
jorge d'alte jorgedalte.blogspot.com
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