
Eu tenho esta coisa, que não sei bem como se chama, nem sei ao certo o que faz, apenas sei o que me faz.
Sei que dói, mas quando tento perceber de onde vem essa dor, não encontro a sua origem e depois reparo, não há nada. Como pode doer se não há nada por onde a dor possa nascer? Essa dor dá-me vontade de chorar, tira-me a vontade de sair, de passar momentos com os amigos, faz com que eu despreze tudo o que me rodeia e pense que nada tem importância, que todos vivem a mentira das suas vidas preocupados com coisas mesquinhas provocadas por elas próprias.
Sento-me sozinha no meu quarto, olho para as paredes agora vazias e tento encontrar respostas ao mesmo tempo que tenho encontrar a paz e alegria que a minha vida tinha. Não consigo explicar o que encontro durante esse tempo, ou o processo que faço, porque nem eu sei. Deixo-me ir ao sabor das emoções e dos pensamentos, não imponho regras ou limites. Nunca sei bem quando paro, como o faço ou porquê. Nesses finais repentinos e ignorantes, uma sensação de encontro das respostas percorre-me o corpo, mas por outras vezes, apenas a sensação que estou mais calma.
Ouvi dizer que tudo o que é gente procura respostas para alguma coisa, bem, acho que compreendo, porque mesmo sem saber a razão as procuro, involuntariamente, mas, eu não ouvi só até ai, o que ouvi termina na parte que procuram essas respostas para serem felizes, para se sentirem melhor, e é aqui que as coisas se complicam, as pessoas procuram respostas para serem felizes? Elas realmente trazem felicidade? Fazem-nos sentir bem? Não temos dores silenciosas vindas do desconhecido que se alojam em nós e nos provocam uma morte lenta e dolorosa? Sinceramente não sei se acredito nisso… Quer dizer, já encontrei muitas respostas sobre mim e a minha vida mas nunca me tornam completamente felizes, me deram completo bem-estar ou evitaram essas dores misteriosas. E ainda há o senão de essas “respostas milagreiras” serem falsas, pois pelo que me constou há gente, senão toda a gente, que mente, engana e trapaça, não poderão então, ser essas respostas, verdades alteradas ao bom sabor de quem assim quer e deseja? Não se tornarão então, essas respostas em enganos e não transformaram as nossas vidas em fantasias? Se assim for não passaremos de uns tristes enganados que vivem uma realidade que não é a nossa mas a que alguém assim a quis. Mas não era por ai que queria ir, queria dizer, que após encontrar algumas das minhas respostas, tive alguma felicidade, bem-estar, tristeza também, mas passado algum tempo, todos esses sentimentos partiram dando lugar a outros que também foram trocados por outros. Nenhum deles ficou e nenhum deles voltou, pois nunca voltei a sentir um sentimento da mesma forma. Por isso que essa ideia de procura de respostas para a alegria e felicidade não me convence. Eu procuro alguma coisa, respostas talvez, mas algo mais também, por exemplo agora, procuro a razão desta minha dor invisível, deste buraco dentro de mim que não foi provocado por balas ou algo parecido, é um vazio diferente… como se faltasse uma parte de mim… sim é isso! Esta dor! É um buraco dentro de mim! Não é uma ferida que se vai curar com uma mera crosta! É um buraco! Os buracos não se curam! Pelo menos tão facilmente… terá que nascer tudo de novo… Este buraco não me rouba nada… Tenho tudo que devia ter, braços, pernas, fígado, rins, estômago, coração… “Coração”, repito… tenho dois corações, lembro-me. Um que bate e bombeia o sangue que nos permite viver e outro, que nos dá alegria de viver, a porta da nossa alma. “Alegria de viver”, repito várias vezes como se quisesse dizer algo. “ALEGRIA DE VIVER!”, perdi essa alegria… então perdi esse meu coração… roubaram-me essa parte mim…
Já tinha ouvido falar de algo assim, disseram-me que doía muito e essa dor não passava com comprimidos ou xaropes, uma dor sem cura… Dizem que vai diminuindo com o tempo e eu desejei que o tempo passasse depressa se fosse atingida por essa dor. Agora que fui, não o quero, porque se isso acontecer significa que vou esquecer e eu não quero esquecer aquilo que de melhor tive, mas agora divido-me, pois também não quero que esta dor continue… disseram-me que não há cura, mas eu sei que há, sei qual é mas por tantos motivos sei que não a posso ter. Ironia da vida… ouvi algures…
Então esta dor desconhecida… é a mais conhecida de todos nós mortais ou não… é a dor do coração, daquele que não se vê, não se sente, que não existe, mas que todos sabemos onde está, partido, por partir, desfeito ou colado, ele está lá, sempre lá.
10 comentários:
Nunca existe resposta exacta para o que quer que seja. Isto, porque nada é mesmo aquilo que vemos, apenas temos uma percepção do real. Mas é nesse fingimento realista que vivemos tudo aquilo que algum dia poderíamos imaginar.
Por isso digo que não vale a pena procurares respostas, mas sim que faças que as respostas que imaginavas existirem, se tornem o mais perto possível do que é real, para que o sofrimento de mágoa e tristeza sem resposta, seja mais um dos sentimentos que dão lugar a outros ...
não tens de agradecer querida (:
li os teus texto e são lindos *.*
e sim sou da Covilhã ;)
parece que sim ;)
i'm a Twilighter too :D
eu ando ali pertinho da campos melo , mais propriamente frei heitor pinto (:
;) sabes que ate agora não tinha encontrado ninguem com o mesmo gosto por Twilight como tu? só me sabem criticar por gostar tanto de Twilight e bláblábla
Podes mesmo acreditar, agora cada vez que me tentam irritar por causa de Twilight já nem sequer ligo. eu tenho os meus gostos e eles têm os deles, e twilight não foi só momentaneo como para alguns pra mim já é mesmo pra sempre ;)
enfim, é deixar mesmo falar essas pessoas (:
Gostei deste teu post e da tua devassa em busca de um remédio que não existe.
O sentimento de perda trás-nos esse vazio esse buraco, e eu que o diga. Essa dor essa saudade trazem-nos por outro lados as lembranças e os perfumes desses momentos perdidos, mas se o tempo não cura dá-nos outros incentivos outros sentires outros gostares outros caminhos se calhar mais seguros e fiáveis para atingirmos esse climax que é a felicidade. O pior é que quando aí chegamos queremos mais porque a nossa realização ainda não esta satisfeita e completa. Falta o amor dos filhos e depois ansiamos por um neto e a felicidade compreendemos nós nesse momento está sempre um passo à frente da nossa vontade.
beijinhos amiga
as tuas palavras naquele comentário fizeram-me pensar e vão mesmo ajudar-me muito :D
és uma pessoa incrível e compreendes tão bem as pessoas! (:
as tuas simples palavras deram-me mais paz de espirito (:
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